O Blog: Grupo de Cinema Clássico dirigido pela blogueira CARLA MARINHO é um canal para conhecer diversos blogs que tratam do período de ouro da sétima arte.
Conheçam este lindo trabalho clicando aquiO especial da semana deu a proposta de todo blogueiro membro do grupo, em seu estilo particular, fazer um post centenário chamado de "DIA D" de três estrelas do cinema que nasceram há 100 anos! São eles:
Robert Taylor (05/08/1911) - Lucille Ball (06/08/1911) -
Nicholas Ray (07/08/1911)
Resolvi fazer um post sobre o diretor Nicholas Ray na sessão PERFIL DE CINEASTAS que já estava precisando ser exibido aqui novamente. Bom, vamos lá...
No dia 07 de agosto há 100 anos nascia o cineasta NICHOLAS RAY, diretor de clássicos que todo cinéfilo gosta como: JUVENTUDE TRANSVIADA(1955), um marco do cinema que transformou JAMES DEAN em um ícone e a moda “Dean Jeans” pegou! Ou fitas como DELÍRIO DE LOUCURA (1956), o meu filme favorito dele, com JAMES MASON e BARBARA RUSH. Também era ator nas horas vagas e sua última aparição foi interpretando um general asqueroso no musical HAIR (1979 – de MILOS FORMAN).
Decerto, depois dos franceses foi a vez de Nicholas Ray ser descoberto pelos americanos, ou melhor, redescoberto. Eu gosto de sua obra que prova um exímio artesão, e que em alguns trabalhos como Juventude Transviada, começou a apresentar um toque mais autoral que vai além da técnica, às vezes bitolada, de dirigir um filme. Ray era um figura carismática, um sedutor e reza a lenda que namorou a própria NATALIE WOOD nos bastidores de Juventude. Certo que ele teve um romance com sua estrela GLORIA GRAHAME. Enfim. Revendo alguns de seus filmes como Juventude (o mais conhecido) ou mesmo Delírio, no seu formato original em Widescreen dá para constatar a habilidade que o saudoso cineasta tinha em enquadrá-los, ainda mais em um período onde o sistema de tela “Scope” ainda era muito recente. Nisso acho que Ray foi pioneiro, até mesmo antes de Hitchcock ou John Huston. Mas sua reputação não fica apenas a espreita do filme – sua obra tão vasta- e sim de sua rebeldia (ele entendia muito bem os anseios de seus personagens antológicos de Juventude) do que propriamente sua obra. Que de qualquer forma pode parecer irregular em alguns filmes, mas tudo é defensável. Também acho que nem o seu silêncio afastando-se do cinema durante dez anos diminuiu o ardor da crítica francesa.

Para o CAHIERS Du CINEMA, Godard e Truffaut,
JOHNNY GUITTAR continuou a ser uma obra-prima (ainda prefiro Juventude em comparação) e Ray o exemplo nato a ser seguido. O diretor nasceu em Wisconsin, ganhou bolsa para a Universidade de Chicago escrevendo programas radiofônicos. Também estudou arquitetura com Frank Lloyd Wright e foi ator na companhia de ELIA KAZAN. A sua primeira grande oportunidade foi dada por John Houseman, para quem trabalhou no Teatro e o deixou dirigir o clássico de 1948 – em parte um filme bom- AMARGA ESPERANÇA com FARLEY GRANGER (das fitas de Hitch – ROPE e PACTO SINISTRO) e co-estrelado também por CARTHY O´DONELL. A fita o deixou por algum tempo na RkO.

Ficou casado com a atriz GLORIA GRAHAME entre 1948 a 1952, unindo-se depois a outra estrela, ELIZABETH UTEY – que fez “A Bela do Bas-Fond”. Ray também fazia trabalhos inacabados, como a fita de Sterberg. MACAO, de 1951. Retornou à atividade, no começo da década de 70, já bem debilitado. Lecionou Cinema na Universidade e no mesmo período levou o seu filme recente coletivo, fruto deste trabalho como professor, para Cannes. Em 1975, casou-se com Susan Schwartz. No final da vida, com problemas de alcoolismo e câncer no pulmão, seus projetos foram sendo cancelados – até planejava fazer um filme sobre o Vietnã.

Adorei suas pontas como ator, já velhinho. Primeiro em “Hair”, como um general do exército que tem que destruir um alto falante, e no filme do cineasta alemão WIM WENDERS: O AMIGO AMERICANO (1977). Foi também com Wenders – que se tornou amigo pessoal e profundo admirador – que tentou realizar LIGHTINING OVER WATER, uma obra originalmente de ficção que acabou se tornando um documentário sobre a morte de Ray, com entrevistas dele e comentários sobre o roteiro do projeto original. Revendo-se sua obra, mesmo com algumas fitas aborrecidas, pode-se dizer que Nicholas Ray foi realmente um diretor talentoso, mas um gênio, nunca.
FILMOGRAFIA:
1948 - AMARGA ESPERANÇA ( THEY LIVE BY NIGHT);
1948 – A VIDA ÍNTIMA DE UMA MULHER ( A WOMAN´S SECRET);
1949 – O CRIME NÃO COMPENSA (KNOCK ON ANY DOOR. Estrelando: Bogart e John Derek);
1950 – NO SILÊNCIO DA NOITE ( IN A LONELY PLACE. Estrelando Bogart e Gloria Grahame);
1950 – ALMA SEM SUPLÍCIO ( BORN TO BE BAD. Um bom filme estrelado por: JOAN FONTAINE);
1951 – HORIZONTE DE GLÓRIAS ( FLYING LEATHERNECKS. Estrelando: JOHN WAYNE)
1951 – CINZAS QUE QUEIMAN ( ON DANGEROUS GROUND);
1952 – PAIXÃO DE BRAVO ( THE LUST MEN);
1954 – JOHNNY GUITAR (IDEM. Considerado sua obra-prima. Estrelando: JOAN CRAWFORD e STERLING HAYDEN);
1955 – FOR A DAS GRADES ( RUN FOR COVER);
1955 – JUVENTUDE TRANSVIADA ( REBEL WITHOUT A CAUSE. Certamente seu filme mais popular: JAMES DEAN, NATALIE WOOD e SAL MINEO);
1955 – SANGUE ARDENTE ( HOT BLOOD);
1956 – DELÍRIO DE LOUCURA (BIGGER THAN LIFE. Ótimo!
Com: JAMES MASON e BARBARA RUSH);
1956 – QUEM FOI JESSE JAMES? ( THE TRUE STORY OF JESSE JAMES);
1956 – AMARGO TRIUNFO (BITTER VICTORY);
1958 – JORNADA TÉTRICA (WIND ACROSS THE EVERGLADES);
1958 – A BELA DO BAS-FOND (PARTY GIRL);
1960 – SANGUE SOBRE A NEVE (THE SAVAGE INNOCENTS);
1961 – REI DOS REIS (KING OF KINGS);
1963 - 55 DIAS EM PEQUIM ( 55 DAYS AT PEKING.
Estrelando: CHARLTON HESTON e AVA GARDNER);
1974 – “WET DREAMS”:
1976 – “WE CAN´T GO HOME AGAIN ( Rodado com seus alunos na Universidade de Binghamton em Nova York. Filme coletivo);
1978 –“MARCO” – Curta-metragem e
1980 – “LIGHTING OVER WATER” – Documentário.
FOI ATOR EM:
LAÇOS HUMANOS [ A TREE GROWS IN BROOKLYN] (1945) DE ELIA KAZAN;
- JUVENTUDE TRANSVIADA, 55 DIAS EM PEQUIM, WET DREAMS (Seguimento: “ The janitor”) e WE CAN´T GO HOME AGAIN;
O AMIGO AMERICANO [ DER AMERIKANISCHE FREUND ] (1977) DE WIM WENDERS e
HAIR (1979) DE MILOS FORMAN
Continue lendo >>